O objetivo aqui é abordar
aspectos também importantes para a pregação, mas que talvez não se encaixem em
nenhum dos tópicos anteriormente apresentados.
Algumas orientações práticas para uma boa pregação:
1- Métodos de entrega da mensagem
O método da entrega das
mensagens vai depender da personalidade, da habilidade e da pratica de cada
pregador. Ele pode pregar de pelo menos 4 formas:
a) Pregar sem notas
Não e tão fácil. Exige habilidade e coragem, mas proporciona
grande liberdade ao pregador, embora não seja aconselhável, porque pode se
perder durante a explanação.
b) Falar de memória
Quem tem uma mente mais privilegiada, e tem facilidade de memorização,
pode usá-la na pregação. O perigo aqui e ser extremamente mecânico e sem vida.
c) Ler um manuscrito
Funcionou no caso de alguns pregadores da história, mas
eram homens que tinham grande habilidade oratória. Para o pregador comum pode
ser muito desvantajoso a leitura do sermão, podendo se perder no manuscrito,
esquecendo-se do ouvinte e tornando-se tremendamente frio ou formal.
d) Usando notas
Parece-nos ser o método ideal, mais fácil para o pregador e
melhor para os ouvintes. Notas bem elaboradas para o púlpito dão de relance a
visão do manuscrito que ficou em cima da mesa de estudo. Fortalece a segurança
do pregador, sem, no entanto, amarrá-lo e lhe dá a liberdade de uma comunicação
direta aos seus ouvintes.
2 - Tipos de mensagens quanto ao conteúdo
Já aprendemos sobre TIPOS DESERMÃO, quanto ao “formato” (expositivo, textual ou tópico). Aqui, a análise
será quanto ao conteúdo ou a matéria da salvação (kerigma) que é o que caracteriza a pregação evangelística, e no
aspecto didático (didache) aquela que
edifica os que já creram, ensinando aos santos.
Então, quanto ao conteúdo, a
pregação pode ser:
a) Mensagem Evangelística:
Esta é a pregação que visa à conversão, a salvação dos que ainda
não creram em Jesus e não o confessaram como Senhor e Salvador. É aquela que
visa, nas palavras de Paulo: “o
arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus” (Atos 20.17-21). Paulo apresenta um
perfeito resumo do que vem a ser o teor dessa mensagem evangelística em 1 Tessalonicenses
1.9-10.
b) Mensagem de edificação:
Trata-se de todos os sermões que não sejam evangelísticos,
pregados exclusivamente aos crentes. Embora, eventualmente um não salvo possa
conhecer a Cristo impelido diretamente por esse, mensagem.
Dentre os tipos de sermão de edificação, encontram-se:
* sermões de ensino e instrução
* sermões doutrinários
* sermões de exortação, consolação e outros (dependendo do tema).
* sermões doutrinários
* sermões de exortação, consolação e outros (dependendo do tema).
3- A duração da mensagem
Não há regras fixas quanto a
esse assunto, mas o discernimento e o bom senso do pregador devem ser aplicados.
Não há uniformidade quanto à duração na história da pregação. Sempre houve
pregadores que ‘falavam muito’ e outros que ‘falavam pouco’. Parece-nos que o
assunto era considerado do ponto de vista da eficácia. Não importa o tempo que
o pregador usará, se ele consegue manter a atenção dos ouvintes e ser eficaz na
transmissão da mensagem.
O comprimento do sermão deve variar
de acordo com o caráter do culto, a personalidade e eficácia do pregador e a
disposição e concentração dos ouvintes. Como e difícil equacionar todos esses
dados, aconselha-se a ter como limite
máximo 25 ou 30 minutos.
máximo 25 ou 30 minutos.
4- O uso de ilustrações
Quais os motivos para se usar ilustrações?
Primeiro por causa do interesse humano. Ela tem o poder de prender os ouvintes.
Ela esclarece e exemplifica a verdade. O próprio Jesus falava por parábolas e
usava fatos para lançar luz sobre uma verdade e para tornar atraentes as coisas
do céu para as pessoas da terra. Por exemplo, para falar acerca da providência
Divina, usa a imagem de aves, lírios, coisas para comer, coisas para vestir (Mateus 6.25-34).
As ilustrações devem ser claras
e tratadas com beleza e elegância, para não incorrerem no risco de serem fúteis
e grosseiras.
As fontes de ilustrações são
diversas: a própria Bíblia, a historia, a vida, o dia-a-dia. Quando um
principiante pergunta: “onde posso encontrar ilustrações?”, muitos pregadores
experimentados responderão: “em toda a parte! Use seus olhos”.
Algumas dicas importantes: limite
o número de ilustrações (tudo demais não é bom), procure ser variado, evite
“alimentos enlatados” (do tipo extraído de livros de ilustrações). Muito cuidado
com alusões pessoais, nunca fazer insinuações nem usar pessoas do auditório
como exemplo para não correr risco de ser mal interpretado.
5- O perigo do plágio
Plágio é o uso impróprio de
material de outro. A palavra plágio, informa Blacwood, “vem literalmente de uma
palavra latina relacionada com rapto e o latim vem da raiz grega que significa ‘oblíquo,
curvo, tortuoso, traiçoeiro’. Essas coisas não combinam com o devido caráter do
pregador”.
Ser plagiário é perigoso. John
R.W. Stott disse, porém, uma coisa interessante: “copiar de um é plagio, copiar
de mil é pesquisa”, ou seja, se você pesquisa, se lê, provavelmente não e fará uma
“cópia” do que outros disseram ou escreveram.
Quando vai se usar algo de outra
pessoa, é uma exigência ética, que se cite “a fonte”, mas procure sempre ser
original. Como dizia Goethe: “a originalidade no consiste em dizer algo novo,
mas em dizer algo antigo de forma nova”.
6- Autenticidade e estilo
É comum e normal, no início da
vida de pregação, que o pregador se “inspire” ou se “assemelhe” em outra
pessoa, em alguém admirado. No entanto, com o passar do tempo, ele deverá
desenvolver seu próprio estilo. É um fracasso quando tentamos copiar modelos,
porque somos todos diferentes. Cada pessoa é uma pessoa única, incomparável;
cada um tem temperamento, personalidade e se sairá melhor desenvolvendo um
estilo próprio.
7- Organização e Método
Duas boas dicas, uma para
facilitar a preparação de mensagens e outra para evitar que se repita uma mensagem
no mesmo lugar é “escrever” sua história como pregador.
Primeiro, o pregador deve ter uma
“estufa” de sermões. Deve formar o hábito de anotar mensagens, fazer observações
bíblicas, anotar pensamentos em agendas, usar rascunhos, etc., ou seja, tudo o
que seja uma possível semente para um futuro sermão deve ser guardado nessa
estufa.
Segundo, no próprio sermão ou em
outro lugar, o pregador deve anotar a data e o local onde pregou aquela
mensagem. Este é também um excelente hábito.
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